Amigos , querem conhecer alguns passeio que realizei?


VIVA


Durante 7 anos organizei passeios uma vez por mês porque desejava transmitir aos amigos, com base num tema cultural, o prazer de pedalar pela cidade e demonstrar que também é possível deslocar-mo-nos por ela com facilidade e segurança.

E como tenho a mania que sou arquiteto vou dissertar como se estivesse à mesa do café com os meus Amigos :)
 Então:
Até há pouco tempo pensava-se que a Cidade era desenhada na mesa do arquitecto. Mas em 1972, a demolição do conjunto habitacional Pruitt-Igoe do azarento Arq. Minoru Yamasaki (o mesmo que concebeu as Torres Gémeas), foi considerada por muitos teóricos da Arquitectura e Urbanismo como o momento de tomada de consciência de que a Cidade deveria ser concebida por equipas multi funcionais (sociólogos, economistas, geólogos, historiadores, investidores políticos…) respeitando assim muitas valências para além do desenho.

Aquele bairro, apesar de recente, tinha sido um fracasso urbanístico e de  vida. Há muito mais a fazer para alem da composição da forma e do desenho.


Lisboa cresceu através do tempo (Zeitgeist). Com o tempo do tempo de diferentes modos (os tais espíritos e sinais do tempo!), e divagou em diferentes direcções e lugares. ...fui confuso?..

Mas soube espalhar-se bem no espaço que actualmente ocupa com a sabedoria lenta da memória dos homens.
Pelos vários espaços e épocas por que passou Lisboa, a cidade foi crescendo também a vários tempos. Estes vários tempos, que chamaremos de ritmos, sabemos e sentimos que foram muitos e variados.
Nos últimos anos houve alturas que cresceu rápido e falhou, outras mais recentes cresceu com êxito.

Veja-se o caso da Expo 98 e o rotundo falhanço na zona de Benfica.
Por curiosidade repare-se como  em Sevilha, para um mesmo programa de exposição Internacional, o conceito falhou.
Em Lisboa, no parque das Nações, estivemos bem. Aprendemos com a experiência de Sevilha e com a expansão urbana efectuada aquando dos Jogos Olímpicos de Barcelona (1992).

Vão ao Google Earth e observem Lisboa de cima. A cidade espalhou-se por montes e vales, primeiro muito lentamente. Notam o seu epicentro da expansão? Sim. Está aí, na zona do Castelo.


Percorrer Lisboa adivinhando em cada bairro a época do seu crescimento e as tendências e influências do tempo e da História é uma aventura empolgante e enriquecedora. Conseguimos sentir a cidade islâmica, a cidade barroca, a cidade neoclássica, a cidade modernista e por ai fora…



Diz-se que Lisboa é uma manta de retalhos. Acrescentamos que é uma manta bem cosida….eh! eh! Que mania esta de recorrermos à costura para explicarmos teorias urbanísticas!

A cidade soube crescer e espreguiça-se numa cama, perdão, num tecido,,,uff!..num território magnífico!

Claro que o sítio foi bem escolhido e disputado por todos os nossos antepassados, não é verdade?

E assim, se as ruas, vias e passeios que nos permitem circular são as veias desse grande corpo que é a Cidade, o que são os edifícios que ladeiam as tais veias (ruas) e se impõem no espaço público?

Casas e edifícios, podemos dizer recorrendo a uma mera metáfora, são os órgãos essenciais do seu grande organismo. São o lugar que habitamos e onde exercemos funções e onde desfrutamos os momentos capitais das nossas vidas.


Concluindo. Se brincarmos e dissermos que uma cidade é como uma grande casa, em que os quartos são as casas da cidade e os corredores as ruas, percebemos que cada quarto, ou melhor cada casa, representa esse espaço fundamental das múltiplas necessidades vitais. Apercebe-mo-nos rápido da importância de um espaço de refúgio, de habitar, de sonhar, de trabalhar, abrigados dos agentes atmosféricos, dos ruídos e da curiosidade alheia...


Todos temos consciência da importância do espaço que nos abriga a que chamamos também casa. Casa simples ou colectiva, de um ou para muitos!

Espaço habitável, privado ou público, de representação, simbólico ou de grande utilidade, como uma escola, um quartel, um hospital ou um palácio, tribunal ou igreja.

Distribuir os conceitos, as funções e todas as estruturas e redes complexas, desde os interesses físicos aos subjectivos e psicológicos numa harmonia dinâmica, é a chave de êxito numa cidade.


Se não são só os arquitectos que devem construir uma cidade, num edifício eles e o cliente ou promotor são as pessoas fundamentais. Claro que a sua boa execução depende também de outras variáveis, mas estas figuras são imprescindíveis na construção desse cenário. Repetimos, cenário.

Hoje enchi-me de nostalgia quando percebi os "maningues" ( expressão da minha terra, Moçambicana para dizer muitos) passeio de bicicleta que já tive o prazer de realizar para os Amigos. 
E claro, desejo continuar a desenhar novos passeios, sempre diferentes e mostrar os infinitos conteúdos da nossa cidade de Lisboa a  todos e sobretudo a mais outros novos Amigos que desejo conhecer e  juntar. 

Sempre me aconselharam a fazer todos estes passeios para turistas como se quem nos visita fosse uma fonte de receitas e não pessoas sensíveis como todos nós e avidas de conhecer os nossos segredos e características. E divertirem se evidentemente.
Assim, estão já a perceber que ambiciono, que para alem dos habituais amigos que aparecem desde há 4 ou 5 anos nos meus passeios, juntar outros que falem outras línguas e que tenham a mesma curiosidade e desejo de conhecer a cidade que  amo há muitos anos  



Obs: Todos estes cartazes ( menos um) foram concebidos por o arquitecto e cineasta Mário Lopes


















Neste momento deixei de realizar os passeios culturais mensais de bicicleta por Lisboa,   mas quem desejar um passeio equivalente aos dos cartazes publicados  pode me contactar ...
Faço o passios à tua (sua) medida ,,, Sim , tal e qual um Alfaite da Baixa antiga  :)
Obrigado

Eliseu_ 968952775
eliseualmeida33@gmail.com

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