Quem nunca foi ás Amoreiras?


O complexo das Amoreiras_ a 3ª obra de Tomás Taveira a visitar no passeio de bicicleta de Domingo 
Vou fugir das normas.... vou cortar e colar textos dos guias de arquitectura , textos de Jorge Figueira Michel  Toussaint e outros prestigiados críticos de arquitectura... (Eliseu)


O complexo das amoreiras foi projectado pelo Arquitecto Tomás Taveira entre 1980- 1987. Formado por três torres de escritórios , cada uma com área de 2000m2 de construção, um conjunto habitacional de 115 fogos de luxo e pelo Centro Comercial com parque de estacionamento para mais de 1000 carros, este Centro ocupa 58.000m2, distribuídos não só pelas lojas, restaurantes e cinemas, mas também ocupados pelas vastas áreas de circulação onde se pode ver algumas peças de autor do projecto- Fonte, no 2ºPiso, no cimo das escadas principais.

Estando o conjunto situado num ponto alto de Lisboa, a sua imagem, por vezes distante, é já um ponto de referência da cidade. Esta obra pertence sem dúvida à Arquitectura Post Moderna, nela encontramos raízes históricas (neo-Classicismo), referências ao lugar onde foi implantado é só da cor aqui devido às enormes proporções do projecto se torna de certo modo inovadora.
Também ela é por certo uma reacção violenta a quase tudo e que o Movimento Moderno consagrou.


Este vasto complexo ocupa um quarteirão triangular totalmente preenchido pelos dois pisos do primeiro grande centro comercial, que se construiu no país, sobre quatro piso de estacionamento e armazéns.
Há assim um embasamento sobre o qual três torres de escritório se alinham ao longo da avenida, enquanto as habitações de desenvolvem em L sobre a esquina oposta, perto das ruas com menos tráfego.
Tipologicamente, corresponde a um grande conjunto multifuncional urbano como surgiram nas cidades europeias e norte-americanas a partir da década de 1960.
Em torno do centro comercial, uma arcada com vãos de várias dimensões e um andar de colunas e janelões definem o perímetro para os espaços urbanos envolventes, enquanto as torres espelhadas terminam com saliências e platibandas coloridas.
O volume das habitações é marcado por Bow-window cuja sobreposição evoca colunas gigantescas como Les Échlles du Baroque em Paris (Bofill 1978).
O Centro comercial inclui “ruas” com grande pé-direito e iluminação natural numa acertada escala com as dimensões urbanas. Com a sua presença decorativa num ponto alto  e entrada do centro da cidade, tornou-se num importante marco urbano inscrito numa vibrante afirmação pós-modernista de clara influência norte-americana (Michael Graves, Robert Stern, Etc). MT


O complexo das Amoreiras reúne escritórios habilitação e um centro comercial. Pela sua formalização arquitectónica, sítio que ocupa e consequente impacto mediático, corporizado uma ideia de luxo democratizado a que a sociedade portuguesa aspira no contexto pós-revolucionário.
 O modelo do centro comercial, até então uma estrutura sombria e apertada, é trocado por um espaço iluminado, também pelo recurso à cor, e pelo tratamento cuidado de aspecto na fronteira entre a arquitectura e o décor de espaços interiores.
A partir das Amoreiras, os centros comerciais passaram a ter em conta este atributos: o espaço de circulação é um passeio público e não um corredor meramente utilitário.

As Amoreiras traduzem um pós-modernismo “oficial”, embora segundo a assinatura particular de Tomás Taveira, cruzando o modelo americano de Michael Graves, com a incursão de referências a Ricardo Bofill.
A polêmica que suscitou foi centrada na alteração que introduziu no skyline de Lisboa.
 Nessa controvérsia, a visibilidade sobrepunha-se à visualidade, que é facto mais relevante para a cultura arquitectónica.
A uma plataforma com torres - um modelo moderno - são adicionadas elementos de uma iconografia livremente clássica, num manuseamento lúdico que pretende quebrar a “neutralidade” da parede “cortina de vidro” que se mantém como referente no background.
 A escala ampliada e a vibração das cores remetem para a cultura POP; o grafismo simplificado directamente para a Banda Desenhada.
Os desenhos que se antecipam ás Amoreiras traduzem enfeito particular já que a sua expressão é instrumental para a “linguagem” do próprio edifício.
São já sinal da transformação que o “desenho assistido por computador” e is “render” vão traduzir nos anos seguintes: os desenhos (ou imagens) disputando ao edifício a função de quem define a arquitectura que se vê.


Domingo ...falaremos de arquitectura e o Pós Moderno e a cor... :)
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Eliseu

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