Tempo digital / tempo fisico



Pedalava com os pensamentos.... e o desejo  de chegar ao computador e entrar no mundo digital


Agora temos uma duvida e carregamos numa tecla e entramos na maior biblioteca de sempre _World Wide Web_ internet...:)
uff
Andamos a perder a magia do tempo necessário para descobrir e analizar as incógnitas, duvidas ou segredos!

...Um dia destes saio da frente do cmputador e passo uma tarde na Biblioteca Nacional tranquilamente como quem ainda está a meio de uma tese de doutoramento! :)

..."Mas onde vives, caro amigo?"
Digo de mim para mim já em voz alta enquanto olho um dos raros sinais vermelhos que confronto e espero !...   E surpreendo o puto arrogantemente engravatado que passa apressado na passadeira !

E de repente na distração, as minhas recordações dispersam.
É sempre por esses caminhos que muitas vezes me interrogo sobre se a velocidade com que desbravamos a cultura ou as distâncias entre espaços desejados não nos estará a tornar seres mais cultos, certamente, mas também mais ansiosos e extremamente avidos de tudo, inclusivé do tempo?

O meu meio de deslocação é lento mas percebo perfeitamente que a velocidade é uma exigência quase espiritual para onde a tecnologia nos vai empurrando... Desejamos possuir o tempo todo do mundo desfrutando da maior quantidade possível de espaços!

Mas depois ficamos sem tempo... E até já somos clientes de bancos do Tempo!
E os espaços tornam-se incompreensíveis ou abstrações!

Se não fazemos retiros de contemplação ou ioga, vamos para ginásios, inventamos emoções ou criamos atos que por se realizarem em exagero quase me atrevo a apelidar de mesquinhos, mas que nos tornam quase épicos e nos identificam com magnânimos heróis! Estou a referir-me à grande proliferação jogos eletrónicos!

Porque sempre que pego na bicicleta recuso a deslocação rápida e confortável?

Talvez já há uns anos esteja à procura da simbiose que tempos de expressão diferentes necessitam.
O tempo da expressão do corpo e o tempo da contemplação dos agentes interiores!

Quais as exigências mais significativas na complexidade do eu?

Tenho resumido as minhas deslocações a uma interminável peregrinação. É nessa distância lenta que procuro a associação do corpo com o espírito.

Outros dizem que é a dialética do corpo com a alma, mas eu, com o sapato no pedal, prefiro dizer que em todos os quilómetros que faço o que procuro é a satisfação saída de dentro para fora pelos rascunhos expressivos de todos os órgãos corporais que para me deslocar têm que agir comigo e em função da minha pessoa.

Há como que um libertação de todas as entropias, uma expurgação da desordem.

Ou seja tento manter o corpo como maquina da mobilidade e sempre bem associado com a impertinente estrutura  mental.

E é a pedalar volto a olhar a cidade e a deixar o pensamento para trás
:)
E33

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